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sexta-feira, 4 de maio de 2018

Mães são simplesmente pessoas


   Parece um tema ridículo ou óbvio, mas não é tanto assim, pois a partir do momento em que as pessoas sabem que há um bebê na barriga de uma mulher, elas passam a ter essa mulher como intocável, frágil e quase de outro planeta, as pessoas colocam na categoria mãe, mas  não de uma forma boa. É um tipo de mãe idealizado socialmente, uma mãe que sabe todas as coisas, resolve problemas, é amorosa, inabalável.
   É como se você deixasse de ser substancialmente quem você é e passasse a ser apenas mãe, sua identidade é anulada quase por completo e suas antigas ações são criticadas com "ah, mas agora você é mãe", seus aprendizados e conquistas não são elogiados e sim explicados com "ah, mas você é mãe" e seus erros são condenados com a frase "isso não é coisa de mãe".
   Geralmente há uma ideia de que mãe não pode ficar triste, principalmente na gravidez e se ficar dizem "não fique assim, o bebê sente tudo o que você sente!", como se isso fosse mudar o seu coração ou simplesmente trazer alegria, na verdade isso até chega a ser perturbador. Afinal, se a mãe está triste e não consegue se alegrar, pensar que seu bebê também está triste por ela não conseguir se alegrar a faz se sentir culpada e ainda mais triste.
    Quando a criança já entende as coisas e a mãe está triste, vem frases como "seu filho vai te ver assim e a cabecinha dele vai ficar confusa, pare com isso" ou "ah mas você tem um filho tão bonito, não há motivos pra ficar triste", bem, se a mãe está triste é porque tem motivos e se ela conseguisse não estar é lógico que não estaria, pois ninguém gosta de estar triste. Obviamente ela não está triste por ter um filho ou uma filha incrível, e sim, ela sabe que tem, mas há algumas coisas na rotina, no dia a dia, na vida que a faz sentir assim.
   Outra coisa que é muito constrangedor pras mães é quando elas estão em uma roda de pessoas e começam a falar sobre crianças direcionando todas as perguntas a ela "fulana sabe, ela é mãe" e se ela não souber "mas como você não sabe? Você não é mãe?". A vontade que da é de dizer ao indivíduo "sim, sou mãe do meu filho e não do resto das crianças, sei apenas sobre ele". Mas é ainda pior os comentários do tipo "Mas você vai conseguir sair agora que é mãe?", "mas vai deixar o seu filho pra sair?", olha, mãe também merece se divertir e se ela está saindo é porque tem quem fique com a criança, não é abandono e por favor não digam "essa daí só quer farra, nem liga pro filho" pois vocês não sabem do dia a dia dela, apenas a viram por 5 ou 6 horas em uma festa tentando se divertir um pouco, sendo mulher, sendo uma pessoa, sendo apenas ela. E se a mãe vai pra um local que pode criança e não a leva? Falta chamarem a polícia, "como assim você foi pra praia e não levou seu filho, que tipo de mãe é você?", "foi no museu e não levou seu filho?", "ah mas esse programa dava pra levar o filho, nem parece que é mãe". Nos poupe e se poupe! Sim, dava pra levar, sim podia levar, mas há momentos em que só queremos estar sem o filho, pois ir a um lugar com uma criança significa ficar sempre atento e não da pra relaxar ou também o filho pode apenas não querer ir , já ter outra programação, podem haver muitos motivos e isso não faz da mulher uma mãe melhor ou pior, mais ou menos amorosa.
   Sejamos mais compreensivos, mais tolerantes. Não tirem conclusões, não apontem o dedo, não façam comentários desagradáveis.
   Sim, somos mãe, mas somos pessoas e pessoas erram, acertam, conquistam, aprendem, tem opiniões e ações tão complexas, pessoas mudam , pessoas voltam atrás, pessoas gritam, pessoas choram, pessoas surtam, pessoas precisam de lazer, pessoas são tão diferentes. Não conseguiríamos ser todas encaixadas nessa categoria idealizada de mãe, somos únicas e isso é o que nos torna tão especiais.

Bianca Ramos

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