Aos interessados aqui presentes...

Se você entrou no meu blog, mesmo que por acaso, não saia, entre e seja bem vindo! Leia nossas mensagens, comente, mande e-mails diretos... seja feliz!

domingo, 20 de agosto de 2023

Novelas infantis e seu peso moral

Hoje vou fazer uma crítica moral sobre as novelas infantis e sua deturpação do certo, moldando o pensamento e comportamento das crianças.

Eu gosto de novelas infantis e obviamente As aventuras de Poliana é uma das minhas  brasileiras favoritas dos últimos anos, mas o que eu não gosto nessas novelas é como os protagonistas sempre tem suas maldades justificadas e seu comportamento manipulado para ser visto com bons olhos.

Para exemplificar, quem viu essa novela sabe que no enredo há no núcleo adulto principal uma protagonista (Tia Luísa) e sua antagonista (Débora), vou começar falando delas.
Pois bem, logo nos primeiros capítulos, Débora mantém um relacionamento bom com seus colegas de trabalho, é uma professora dedicada e eficiente apesar de rígida e tem como par romântico o protagonista Marcelo (que ainda falarei sobre). Apesar de, na adolescência ter tido inveja de Luísa e inventado algumas mentiras para ficar com Marcelo (que acreditou sem questionar), ela mantém um relacionamento de uma década com o mesmo, aonde faz de tudo para agradá-lo, chegando a permitir ser mal tratada e humilhada pela sogra e mesmo assim continuar frequentando eventos de família.

Ela claramente possui uma dependência emocional de Marcelo, alimentada por ele todo o tempo e um temperamento muito parecido com o da protagonista Luísa, embora quando comparadas ela saia como maldosa em suas palavras ríspidas e a Luísa como coitadinha, que é muito passional mas tem boas intenções.

Conforme o público vai entendendo e se compadecendo por Débora, a personagem ganha um apelo desesperado para ser caracterizada como vilã, aonde se envolve com marginais e age fora da lei. Assim ela se torna descartada como parceira de Marcelo na visão do público e mesmo que no final entre em redenção, já não é mais vista como digna de ship.

Falando sobre a protagonista, ela é uma mulher egoísta, amargurada, com destempero emocional, ações passionais e de um narcisismo absurdo. Sempre destratando as pessoas no início da trama com a justificativa de ter uma história sofrida, ela passa a sorrir mais por conta de Poliana e socializar, mas não deixa de ser arrogante e desequilibrada.
Sem nenhum motivo racional ela inicialmente impede Poliana de se aproximar de Otto (que é colocado como o grande vilão da trama) e depois de saber que ele é o pai da menina passa a cometer crime de alienação parental, chegando a sequestrar a criança em duas ocasiões, esse comportamento é justificado na novela por uma desconfiança sem sentido dele ser um homem mal (apenas por ele ser solitário, reservado e amargurado, como ela também era, só que muito inteligente).

Tá certo que ele realmente age fria e calculadamente atingindo de forma maldosa a protagonista, mas ela não sabe de suas ações e não tem motivos pra desconfiar dele, então não justifica o tempo todo alienar a Poliana falando mal de seu pai, criando nela medo de se aproximar dele e tornando sua adaptação tão difícil emocionalmente ao invés de prestar apoio a menina e agir de forma madura,  apoiando sua nova realidade e auxiliando com o jogo do contente. 

Mas na novela fica claro que só a mocinha Luísa tem direito ao sofrimento, a dor e a agir descontroladamente por esse motivo, que tudo a ela se justifica, já que passou a amar a sobrinha e ser mais feliz com a presença da menina.
Luísa a meu ver é a vilã da vida de Poliana, como uma vampira lhe suga energia e não lhe quer bem, só lhe quer perto a ela. Age sempre com egoísmo e imaturidade até o fim da trama.

Agora vamos falar do protagonista e mocinho Marcelo, que é um homem agressivo, desconfiado, ciumento, sonso e reativo. Mas é justificado por seu senso de justiça e amor incondicional a Luísa.

Toda vez que ele dá a entender para outras mulheres que tem seu afeto, é puramente por inocência do mesmo em não ter olhos pra ninguém além de sua amada e não ter percebido que estava dando falsas esperanças pra alguém, apenas estava sendo muito legal e não consegue ser direto em dizer não, porque detesta magoar as mulheres.
Toda vez que ele é verbalmente agressivo e descontrolado, justificam ele por estar muito nervoso e lhe dão razão por agir em nome da verdade e do amor. 

Assim como a mocinha não sabe escutar ninguém e com sua arrogância sempre age sozinha e se faz de vítima, o mocinho não sabe falar sem gritar, agir racionalmente e nem amar sem possuir.

Mas o papel de errado na história fica pro Otto, que é vilanizado por não saber lidar com o luto pela filha Estela, preservar sua identidade por não querer se expor, cobrar uma dívida de muitos anos a uma família que o odeia sem razão e o trata mal, inventar máquinas incríveis para uso próprio (posteriormente para uso indevido) e escondê-las, pedir a guarda da filha e querer criá-la à sua maneira.
Ele é mais vilanizado por querer ser pai, do que o pai do João (protagonista infantil) que o agredia e não permitia que estudasse. Querer ser Pai da própria filha e ficar ao seu lado passa a ser uma crueldade para os telespectadores, afinal, ele não está deixando Luísa feliz.


Enfim, os valores estão tão distorcidos que a sociedade não percebe essas questões e aceitam a indução de torcer pelo bem dos protagonistas e justificar suas ações maldosas. As crianças já assistem a novela absorvendo a informação de que o comportamento não importa, o que vale são as intenções do coração. Então pode fazer como Davi (da Bíblia), errar sem medidas e depois pedir perdão quando for dormir, para acordar limpo todos os dias. 

Por Bianca Ramos

#asaventurasdepoliana

#aadp

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Coitadinho do pai ausente!

 


Oficialmente mãe de adolescente!
    Mãe que cria sozinha, com a ajuda da avó.
    Mãe que escuta piadinha dos parentes e discursos desagradáveis sobre como eu sou má por não correr atrás do genitor do meu filho.
    Mãe que tem dificuldade de relacionamento porque ficou com uma missão inteira, sem time, sem parceria.
    Mãe que tem que se virar na saúde e na doença, alegrias e tristezas mas ainda ouvir "tadinho do pai" ou pior, ter o filho invadido por esses "justiceiros" com mensagens e fotos do pai não solicitadas .
    Poucos são os que sabem o que é esperar por alguém que não dá certezas de quando vem. "Será que vem hoje ?? Será que vem amanha ?? Ele volta ?? Voltarei a vê-lo ??"
É uma incerteza que vive com o filho do coitadinho. Dói ter de vê-lo partir e dói na mãe também.
    Mas sabe o que é mais cansativo? Mais desgastante?
    É você, que apoia pai ausente, que não procura saber da vida da criança e julga a mãe cheio de peninha do "coitadinho que não consegue se aproximar", que escuta todas as histórias dramáticas dele sem questionar de forma racional ou se interessar em perguntar pra mãe ao invés de apontar o dedo.
                 Mas com meu filho não!
    Não me interessa quem você é, se chegar no meu filho pra falar do que não foi perguntado e tentar impor suas verdades nele, mandando mensagens sem nenhum bom senso, vai receber resposta sem nenhuma consideração, porque meu filho aprendeu a ter educação mas também aprendeu a mandar ir se fud$#r.
Porque o sangue dele até mosquito tem, mas não trás nenhum benefício. 😘

_ Bianca Ramos
@biancaramos_silva

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Medidas protetivas mínimas para crianças

 


O ideal é conversar abertamente sobre o corpo, contraceptivos e sexo, para tentar ao máximo evitar abusos sexuais, DSTs e gravidez indesejada, mas, se não conseguir por não se sentir a vontade pra falar de educação sexual com seu filho, ensinar essas 5 coisas já será muito útil para protegê-lo e orientá-lo desde seu nascimento até os 12 anos, depois você precisa falar de sexo.

Então, vamos lá, preste muita atenção e se possível não pule nenhum passo:

PASSO 1: CONSENTIMENTO

   Uau, parece tão simples, mas vou te mostrar que não é, que você não faz. 
   Consentimento é perguntar a opinião do outro e se ele não for capaz de dar, não fazer nada (exceto para o bem de sua saúde), é respeitar o corpo da criança e não colocar nela o que ela não permite, então, lá do início, não coloque brinco na criança que acabou de nascer, espere o consentimento dela, a vontade dela, a opinião dela sobre algo que estará no corpo dela,  e não tente convencê-la dizendo que é bonito, que ela vai se sentir bem, porque acredite, o estuprador vai usar esse argumento.
   Não obrigue a criança a usar aquela roupa, acessório ou sapato que você ama e ela odeia, explique a importância da vestimenta adequada para as ocasiões, mas deixe que ela escolha entre as opções no armário. (A partir de 2 anos, mostrando no máximo 3 opções até os 5 anos). 
   Nesta etapa é bom deixar claro que a criança não deve deixar de fazer coisas relacionadas a higiene porque ela não quer, mas deve ser informado a ela o motivo de fazer, a importância do banho, de escovar os dentes e as consequências, se possível coloque vídeos didáticos infantis feitos por pessoas especializadas e depois peça a ela pra te explicar, incentive ela de uma forma positiva.

PASSO 2: PRIVACIDADE

   É isso mesmo, não é por ser criança que pode andar de roupa íntima na frente das pessoas, nem mesmo familiares. Ah tá calor, põe uma blusa regata e short solto de tecido leve.
   Ensine a fechar a porta quando for ao banheiro e a não aceitar ajuda de qualquer pessoa pra se limpar quando necessário, indique pessoas específicas e muito confiáveis a quem ela pode recorrer. Ensine que não é bacana trocar de roupa na frente dos outros, nem mesmo ver alguém se trocando, pois o corpo é algo particular. 
   Ensine a não mostrar o corpo pra ninguém a fim de comparar ou exibir, explique que cada corpo é especial e no caso da curiosidade sobre o sexo oposto mostre desenhos em livros de ciência ou infantis específicos pra falar do assunto (esconder é pior pois o abusador pode usar a curiosidade dela) e principalmente a não ir no colo de todas as pessoas.

PASSO 3: O PODER DA PALAVRA

   E nesse passo você vai torcer o nariz pra essa dica, mas que é fundamental que você não obrigue a criança a abraçar, beijar, ir no colo ou aceitar carinhos de outras pessoas, mesmo que de um coleguinha, mas principalmente de adultos. A criança deve ser educada com as visitas e não carinhosa.
   Aquela amiga antiga chegou feliz e cheia de presentes mas seu filho não quis ser "carinhoso" , tudo bem, ele precisa apenas ser educado. Respeite seu corpo e sua vontade sobre quem pode ou não tocar nele. 
   Ensine ao seu filho que o não deve ser usado sempre que ele se sentir desconfortável em realizar algo.
   Se a criança diz NÃO e você a obriga ela se sente impotente, sente que sua opinião sobre si não tem importância e que ela não é ouvida e assim, caso alguém vá lhe fazer mal, ela vai achar que negar não faz diferença, que nada vai mudar por ela não querer.
   Dê importância ao que ela diz, pergunte sobre seu dia, sobre as pessoas com quem ela conviveu enquanto não estava com você, mas lembre, não é um interrogatório, é apenas pra criança dizer o que se sentir confortável e de uma forma descontraída e interessada você pode ir perguntando mais sobre as coisas que ela contar. Não insinue situações, não force palavras, não oriente denúncias inexistentes!   
   Leve em consideração tudo o que ela disser e quando um adulto falar algo sobre ela, ou mesmo um coleguinha, pergunte antes de acusar, queira saber sua versão dos fatos para então tomar uma atitude. Mostre a criança que ela pode falar com você SEMPRE, sobre QUALQUER coisa, pois você ESCUTA ela. 

PASSO 4: SEGREDOS E FOFOCAS

   Nem sei como explicar isso, pois muitos adultos ainda não entendem, mas vou tentar. 
   É importante que as crianças não guardem segredos dos adultos por medo, vergonha ou outro sentimento negativo, mas é ainda mais importante que ao contar seus segredos os adultos se posicionem a respeito, guardando se não for algo prejudicial e tomando providências se for algo prejudicial a criança. 
   Fofocar é contar algo sobre si ou sobre os outros para obter vantagem sobre alguém, desmerecer alguém, envergonhar ou prejudicar de alguma forma alguém, guardar um segredo é diferente, um segredo é algo que diz respeito somente a uma pessoa, que é pessoal, sobre sua vida, seus sentimentos ou seu comportamento. Um segredo exige confiança e é bom que a criança entenda que não é negativo ter ou guardar um, mas se o segredo for algo que prejudique qualquer pessoa, ele DEVE ser contado pra um adulto que possa ajudar e este adulto deve se comprometer a não dizer de quem ele soube a informação.

PASSO 5: AMIZADES

   Talvez nem todo mundo concorde, mas a melhor forma de proteger uma criança é ensinar a ela que adultos não são seus coleguinhas, seja quem for, a tia da escola, a mãe do amigo, o tio do esporte, eles são legais mas não são amigos do seu filho, não devem ficar de bate papo com eles.
   Pode parecer rude, neurótico ou maluquice, mas a maioria das crianças são violentadas pelo pai biológico, em 2º lugar por padrastos e em 3º por pessoas conhecidas em quem confiavam, então manter seu filho em uma distância segura é o mais razoável.
   As crianças devem ser amigas de crianças, brincar com crianças, conversar com crianças, suas relações com adultos deve ser de respeito, educação e gentileza. Ah então eles nunca podem jogar vídeo game com adultos? Pode, de preferência com você por perto e sempre de ouvido atento aos papos que surgirem. Se houver muitas crianças brincando entre adultos ok, não é pra proibir e parecer a louca do parquinho, mas fique atento sempre. 


É claro que existem muitas outras coisas, mas vou me manter nesses 5 passos simples que podem ser aplicados em crianças pequenas.

Por Bianca Ramos 
Instagram: @biancar_psi

sábado, 1 de agosto de 2020

Filho independente, mãe desnecessária.


   


   A maioria das mães desde a gravidez querem apenas cuidar e proteger os seus filhos, garantir a eles segurança conforto e cuidados, podemos claramente notar isso nas privações que elas sofrem, por exemplo: a interrupção da vaidade quando a mãe mesmo com o bebê ainda no ventre deixa de pintar seus cabelos para não prejudicá-lo após o nascimento, a restrição alimentar, quando a mãe mesmo com o bebê ainda no ventre deixa de comer determinados alimentos para não o prejudicar após o seu nascimento e ainda abdica de vícios ou hábitos como cigarros e bebidas alcoólicas para não prejudicá-lo após o nascimento.
   Após o nascimento desse bebê a mãe continua sendo absolutamente necessária a sobrevivência dele, estão à sua disposição para provir todas as suas necessidades, mas conforme o crescimento dessa criança a mãe vai se tornando desnecessária, o seu papel vai se tornando de protagonista a coadjuvante e depois para apenas uma observadora, já que este ser consegue fazer determinadas coisas por conta própria.
   E é exatamente nesse ponto em que quero chegar com esse texto, em como as mães querem continuar sendo necessárias, absolutamente necessárias, não dando a esta criança autonomia suficiente para realizar todas as suas ações mesmo que ela tenha capacidade para tal, a mãe continua suprindo a esta criança todas as suas necessidades ou a maioria delas. Para muitos esta mãe está mimando a criança, mas se analisarmos corretamente poderemos observar que esta mãe está limitando o crescimento da criança e evitando que ela se afaste, que se torne independente e suficiente e acabe tornando esta mãe desnecessária.
   Não me entenda mal, não quero deixar a imagem de uma mãe perversa, tão pouco estou dizendo que propositalmente esta mãe limita o crescimento de seu filho, estou apenas observando que, não é necessário que uma mãe corte o bife no prato do seu filho de 10 anos ou que calce os sapatos no filho de seis, mas ao fazê-lo esta mãe se coloca no papel de importância, de que ainda tem utilidade ou necessidade na vida de seu filho, é como se ela dissesse para ele que não está pronto para viver sem ela.
   Na maioria das vezes isso não é intencional ou perceptível a esta mãe,  ela o faz inconscientemente, ela faz porque necessita cuidar de alguém e se permite acreditar que a criança necessita destes cuidados, algumas alegam que é zelo, carinho, acreditando mesmo que seja apenas por isso e não percebendo o que está por trás desse comportamento limitante dela para com o filho/a.
   Porém, o que as mães precisam entender é que mesmo que elas não sejam necessárias para sobrevivência de Seu filho/a, elas sempre serão importantes, elas sempre terão um lugar especial em suas vidas, elas sempre serão seu primeiro amor, e quando elas entenderem isso, estarão prontas para deixá-lo crescer.
_ Bianca Ramos

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Homeschooling na quarentena e seus desafios


   Homeschooling é um termo em inglês para estudo em casa, que geralmente consiste em ter um familiar ou tutor responsável pelo ensino didático da criança, mas não é exatamente o caso nesta pandemia. O que tem ocorrido nesse momento, que aborreceu e assustou os pais é o tão famoso EAD- Ensino a Distância, que conta com um professor formado explicando conteúdos e cobrando exercícios através de uma plataforma remota.
   Então, se os pais não estão com a obrigação de ensinar as crianças, por quê tem criado tantos aborrecimentos, ansiedade e desespero?
   Pois bem, no Brasil esse tipo de ensino era conhecido apenas, em sua maioria, para adultos e mesmo assim, há uma visão distorcida dele, onde por não haver tanta cobrança de um professor em relação as tarefas propostas, uma vez que ele não tem como saber se foi realizada ou não e precisa confiar na palavra do aluno ou na estrega do conteúdo dentro do prazo, é visto como bagunça ou apenas uma forma de obter diploma universitário com pouco esforço.
   Então, se os adultos encontram uma forma de "dar um jeitinho" e engambelar seus professores do EAD, se estes consideram que é um ensino defraldado e medíocre, como lidar com esse ensino para com seus filhos? Como cobrar que realizem uma tarefa não supervisionada e se responsabilizem pelo conhecimento obtido dela sem culpar a outros?
   O que mais tenho visto na relação entre pais e filhos é falta de autoridade dos pais e um posicionamento mais de coleguismo com seus filhos, o medo de não ser querido pelos pequeninos é estampado nas falas e atitudes dos responsáveis, sempre se esquivando de tomar decisões que os desagradem. Logo, estes pais também culpabilizam a escola por toda a formação acadêmica desta criança, se eximindo de qualquer responsabilidade e depositando na conta dos professores qualquer frustração por parte da criança, inclusive seu comportamento não colaborativo.
   Descrito esse cenário, fica fácil explorar a dificuldade dos pais em relação ao ensino a distância, que chegou abruptamente durante a pandemia. Não há mais a quem culpar além de si mesmo, não há subterfúgios na responsabilidade da formação desse sujeito e nem tem como terceirizar a educação. Pais que já não costumam lidar com seus filhos por longos períodos do dia, agora são obrigados a conviver com o pequeno tirano, criado por ele mesmo, 24 horas seguidas sem nenhuma interrupção, pais que estão acostumados a estar com a criança somente à noite já um pouco cansada, em finais de semana em passeios externos ou liberando-os nas áreas sociais da moradia ou para os eletrônicos, agora não tem para onde correr da presença do sujeito desenvolvido por ele.
   Além de toda essa problemática, agora tem algo que são obrigados a fazer, para não ficar mal diante da sociedade e mostrar aos outros pais que são capazes, em uma competição desenfreada pelo troféu de melhor filho, a necessidade de se exibir fala mais alto que a de se eximir, e eles tem que cobrar dessa criança em casa postura de aluno, que consiste em realizar as atividades propostas pelos professores dentro dos prazos solicitados, gerando muitas vezes um enorme caos, pois os pequeninos que antes não recebiam nenhuma ordem, agora são impostos a obedecer. De certo que alguns não conseguem fazer com que sua cria obedeça ou entenda a importância de estudar e para não demonstrar que seu rebento se rebelou, realizam as tarefas para as crianças e pensam que enganam os professores, apenas prejudicando ainda mais a formação desse ser humaninho em desenvolvimento, que acabou de perder mais uma lição de ética e moralidade.
   Pois bem, eu poderia ficar debatendo aqui por linhas e linhas a irresponsabilidade dos pais e sua negação na crianção de um cidadão de bem, mas vou apenas finalizar exaltando a importância da parceria família/escola e expondo a excessão de alguns responsáveis, pois há aqueles que estão comprometidos com a aprendizagem e não com a nota, que estão preocupados com a formação do sujeito em toda sua amplitude, que estão comprometidos com a formação de filhos melhores para o mundo e não apenas em cobrar um mundo melhor para seus filhos. Pais que não tem necessidade de se mostrarem cumpridores de seu dever para outros pais e sim de cumprir este dever.
   Quero terminar este texto esclarecendo que é nesse momento em que a união com a escola é fundamental,  lógico que a criança perde bastante na questão social no ensino à distância, mas é o que pode ser feito durante o isolamento, se os pais forem colaborativos com a educação, forçando-os a participar, mostrando as crianças as infinitas possibilidades que elas podem ter e ganhar neste período, se interessando e construindo com elas uma inteligência emocional que possibilite resiliência, saíremos mais fortes dessa crise e teremos sujeitos com um desenvolvimento e amadurecimento psicológico imenso que poderão contribuir para uma vida melhor.
   Deixo também um apelo: que possamos ser pais colaborativos, que reclamem daquilo que pode ser mudado, auxiliando na resolução de questões e não apenas desmerecendo o sistema de ensino criado as pressas em uma situação caótica. Que possamos ser pais capazes de construir com a escola e fortalecer o sistema educacional, exaltando o que tem de bom e apontando suas negativas de forma crítica e não destrutiva.

Por Bianca Ramos

segunda-feira, 23 de março de 2020

Quarentena de Privilegiados


   Nestes dias de tanta tristeza eu lamento ainda mais pelas pessoas que não tem moradia, as pessoas que sofrem relacionamento abusivo e precisam estar confinadas com seu parceiro, as que moram em local de insalubridade e as que tem 2 ou 3 cômodos na casa pra uma enorme família, lamento pelos que não tem ninguém pra compartilhar a vida e só experimentam solidão e pelos que tem alguém doente... Lamento por tantas e tantas coisas.
   Nessas horas eu vejo e tento mostrar ao meu filho que somos privilegiados SIM, que não há meritocracia ou igualdade e que precisa vir de nós a solidariedade e compaixão, a empatia e o compromisso para com o próximo.
Somos tão impotentes, um mero grão de nada!
   Que esses tempos sirvam pra que paremos de reclamar e comecemos a agradecer e a olhar para o outro com mais amor e respeito!
   Se leu até aqui, saiba que sua vida importa e que você pode fazer muito mais que apenas ficar em casa. Escreva mensagens bonitas aos vizinhos, ligue para as pessoas que ama e aproveite cada momento do seu dia como se fosse o último. 😘

Bianca Ramos ( Segue lá no Instagram : @biancar_psi )

sexta-feira, 20 de março de 2020

Maternidade na Quarentena Corona



   Hoje não falarei somente para mãe solo, pois me compadecerei das que estão casadas e tem uma criança a mais pra cuidar. Afinal, não adianta apenas já ter se arrependido de ter ensinado ao rebento a palavra mãe, que você está ouvindo 715 vezes por dia e enjoou (brincadeira, calma, brincadeira), ainda tem o ódio de ouvir "amoorr" daquele abençoado que você quis chamar de seu, seja pra pegar água ou fazer um carinho nas costas.
   O que mais tem me incomodado nesse período é a cobrança da sociedade em relação a nós mães, porque se você ainda não recebeu nenhuma mensagem com dicas de atividades didáticas pra distrair a criança você é privilegiada SIMMM. As pessoas estão de boa fazendo nada, entrando em pânico ou arriscando a vida dos outros na fila do mercado pra comprar 10 caixas de papel higiênico (💩 Cagona vírus), mas acham que as mães tem que lavar, passar, cozinhar, arrumar a casa, cuidar do marido, brincar com a criança e ainda fazer ela se interessar pelo deverzinho... WTF?!
   Mas a pior parte de ser mãe na quarentena é que não são férias e as crianças não podem socializar com outras crianças presencialmente, então o eletrônico da maioria foi liberado para tentar manter a nossa sanidade mental, mas aquelx infeliz que não tem nada pra fazer resolve te infernizar pra ocupar o tempo e te mandar mil reportagens sobre "o quanto os eletrônicos prejudicam a criança" ou "como são relapsas as mães que permitem eletrônicos", aí a gente vê e ignora porquê NINGUÉM PERGUNTOU, mas depois dos 2 tiques azuis o infeliz faz o quê? Puxa assunto sobre, te manda textos imensos e a budega de uns 5 áudios de 2 minutos que se você não responder se multiplicam 😒.
   Neste momento você que não tem filhos está comentando "bloqueia ué!" mas quem é mãe já sabe que não dá, que o tal sem noção é parente ou um pai chato de um coleguinha da escola que provavelmente votou 17 (ops!) e manter a boa convivência agora é fundamental para a volta às aulas.
   O engraçado em tudo isso são as pessoas te dando dicas de filmes ou livros, te mandando tutorial de exercícios e perguntando em tom afirmativo "Que tédio né amiga?!" NÃOOOO AMORE,  MÃE NÃO TEM TEMPO PRA TÉDIO! Aliás, tem coisa que odeio é quando me ligam em vídeo pra papear e reclamam quenão estou interagindo bem ou que está muito barulho. Meu anjo, acha que com criança pequena em casa eu vou conseguir ficar papeando em vídeo paradinha, prestando atenção e entendendo tudo que você fala? Acorda!
   Mas essa criança não dorme não? Claro, e eu também. Aliás, é nesse tempo que estou aqui escrevendo, mas se não controlar o horário, amanhã serei zumbi, então beijinhos amores e me contem suas experiências na quarentena por email se tiver um tempinho.
#Coronavírus #QuarentenaBR

Bianca Ramos

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Pelos filhos, mas quando com os filhos?


   Muitas pessoas falam que fazem tudo pelos filhos, horas e horas de trabalho até a exaustão para pagar aquilo que é necessário, o que consideram necessário e também o supérfulo. Escola que consideram suficientemente boa ou dentro do padrão, cursos pra direcionar a vida ou apenas pra vaidade, brinquedos que ficam largados após a primeira semana de uso, roupas em excesso, sapatos pra combinar com as roupas em excesso, acessórios exagerados e passeios que geram dívidas, mas promovem status ...
   E o que realmente fazem COM os filhos? Será que a escola o deixa feliz? Que tem amigos lá, que fica sobrecarregado ou tranquilo? Será que ela é boa pro seu filho? Sua filha queria mesmo fazer esse curso? Você perguntou antes de matricular? Será que sobra tempo pra brincar? Que tem com quem brincar? Que gosta de parar o balanço dez vezes pra tirar a foto perfeita ao invés de ficar balançando?
   Sabe o nome de seus bonecos ou bonecas? Dos personagens do seu desenho favorito? Ao menos sabe que desenho é esse e sobre o que? Já sentou pra assistir um episódio inteiro juntos sem mexer no celular ou levantar por qualquer motivo? Quando foi a última vez que jogaram um jogo de tabuleiro? Quantas vezes fazem isso na semana? Por quanto tempo conversam? Quando vocês viajam é pro seu descanso e encontra outra criança pra fazer companhia pra sua criança ou você é a companhia dela?
   Estamos criando pessoinhas sem empatia, egoístas, individualistas e competitivas porque é assim que somos, mas arrogantes demais pra adimitir. " Se te bater você bate de volta, não pode é ficar apanhando", " Isso foi caro demais, não empresta!", "Fica longe do fulano porque ele não é boa companhia, só tira notas baixas!", "A escola deveria ser mais seletiva e não nivelar por baixo, meu filho está se atrasando." ... Quais frases já disse? Quantas vezes?
   Quando se tornou mais importante excluir a pessoa que não alcança o grupo do que apoiá-la para que consiga alcançar? Por quê é sempre culpa do outro e ele quem leva seu filho pro mal caminho e não o contrário? O que te faz achar que a sua criança é a melhor e não enxergar o quão incríveis todas são, cada uma com sua peculiaridade, com algo que a torna especial?
   Por que os responsáveis apontam os defeitos das outras crianças na hora de exibir as qualidades de seu próprio filhx?
   Só por utopia gosto de pensar num mundo onde cada família se preocupa mais em viver a felicidade conjunta em particular que expor ela pro mundo, onde ao inves de perguntar ao filhx qual a maior nota da turma, pergunte quanto elx tirou, que oriente seu filhx a integrar a criança solitária, deficiente, diferente. Um mundo onde as famílias se concentrem em estar juntas, aproveitando o tempo que tem uns com os outros de verdade, se importando com os problemas de cada um mesmo que pareçam irrelevantes e que sejam verdadeiramente família, escutando, auxiliando, apoiando e sendo presentes uns pros outros, mesmo que tenham pouco tempo livre.
   Quer fazer algo pelo seu filhx? Esteja COM elx. Vá nas festas da escola, assista suas apresentações, veja filmes junto, sente pra brincar no chão, dê uma caminhada apenas pra bater papo, façam um bolo com muita bagunça, ajude a estudar, conte sobre sua infância, compartilhe sonhos... Esteja presente!
Bianca Ramos

domingo, 12 de janeiro de 2020

Desafiante 2

Esta fase se chama pré-adolescência, de 8 a 12 anos, onde nossos amáveis e fofinhos filhos se transformam em pessoinhas temperamentais aparentemente da noite pro dia, e às vezes nos deixam meio perdidos tentando descobrir como lidar com esses seres sensíveis-ainda-insensíveis.

   Agora você deve estar se perguntando o por quê do título "desafiante 2". Pois bem, o desafiante 1 vocês lembram bem, foi aquela fase dos 7/8 anos quando o pequeno pedaço de você chorava por tudo e odiava o mundo inteiro quando não tinha suas vontades satisfeitas. Mas agora chegou um novo momento, o desafiante 2 é a preparação pro chefão, que se chama adolescência (No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente considera a adolescência, a faixa etária dos 12 até os 18 anos de idade completos, sendo referência, desde 1990, para criação de leis e programas que asseguram os direitos desta população) e um erro nessa fase pode estragar o jogo todo.
   É mamãe, a pré adolescência chegou e com ela veio a alteração de humor, instabilidade emocional e ilusão de super poderes. De uma hora para outra seu pequeno não cumpre mais regras nem combinados? É sempre do contra, tem mania de reclamar e coloca defeito em tudo? Briga o tempo todo com o irmão, tem argumentos na ponta da língua e sempre se sente injustiçado? Só quer saber de celular e computador? É… esses são sinais de que o seu/sua filhx já não é mais aquela criancinha que costumava ser. Elx está deixando a infância para trás, para entrar na pré-adolescência. Essa transição começa por volta dos 10 anos de idade, quando a segunda infância termina e a puberdade se inicia, e se estende até o início da adolescência.
   Nesse momento a palavra chave pra nós é CALMA, seguida de paciência, atenção e compreensão. Porque agora sua criança está crescendo e crescer dói!
   É nessa fase que a personalidade entra em evidência e as dúvidas também, seu/sua filhx agora precisa aprender com o grupo e se desenvolver socialmente, você será apenas um estepe, você precisa ouvir e aconselhar, mas estar preparada pra acolher a dor, a frustração e ser forte pra quando te apontar o dedo e culpar pela dureza da vida, pelos desamores e pelas falhas. 
   Você precisa estar sempre acessível e disponível mesmo que seu/sua filhx estiver distante ou pareça agressivx , você precisa fazê-lx ter a certeza que pode contar com você, que sempre terá braços abertos, sorriso acolhedor e atitudes firmes, que você será sempre o porto e é seguro navegar porquê sempre poderá ancorar em você.

Bianca Ramos

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

A CULPA É DA MÃE!

 
Eu em 09/2019

   Esse post é um desabafo, mas creio que seja um desabafo coletivo pelos e-mails que recebo.
   Bem, sempre circula frases e matérias sobre estupro de vulnerável com ofensas às "perversas" mães que fazem "rodízio de namorados" ou as "desnaturadas" mães, que deixam seus filhos com "qualquer um" e isso me aborrece demais. Pois é culpar a vítima e não o transgressor, mas é assim que tem funcionado a nossa sociedade!
   Se a criança é estuprada, a culpa é da mãe, afinal, a mãe não deveria deixar essa criança com o namorado para trabalhar, ela é mãe! Ela não deveria deixar a criança com os avós para ter lazer, ela é a mãe! Ela não deveria deixar essa criança com os tios pra estudar, ela é a mãe! Ela não deveria permitir a esta criança ir à escola, que ensinasse em casa, ela é a mãe! Ela não deveria dar atividades extra curriculares a esta criança, nenhum curso, isole-a , ela é a mãe!

Então, 29% das crianças são abusadas pelo padrasto , 15% por tio ou avô e 6% por algum primo. De acordo com a pesquisa da USP, há também agressões feitas por vizinhos (9%) e desconhecidos (3%) das ocorrências. 

Mas um levantamento feito pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e divulgado pela Agência Brasil aponta que 38% das crianças são abusadas pelo PAI BIOLÓGICO! Ou seja, 4 em cada 10.

   Pois é, do pai ninguém fala, mas vou lhes contar um segredo: A criança não é pertencente apenas a mãe, o pai tem 50% dos direitos e deveres em relação a esta criança!
   E a sociedade na hora de cobrar é agressiva em relação à mãe, ela recebe todas as obrigações e ônus desta maternidade, fica sobrecarregada e sem apoio, enquanto o pai, se levar esta criança ao parque e lhe comprar um sorvete é ovacionado, "melhor pai do mundo" ainda gritam! Campanhas de apoio aos "pobres" pais alienados pelas "malvadas" mães, são feitas todos os dias sem nenhum questionamento, sem nenhuma pesquisa, sem compaixão à estas mães, que ironicamente estão tentando fazer exatamente o que a sociedade lhes cobra: PROTEGER esta criança.

O que estou querendo deixar, espero ter sido clara, é um protesto ao julgamento social perante estas mães e um apelo de empatia, de solidariedade, de apoio. Porque se esta criança foi abusada, com certeza esta mãe está sofrendo, ela já se culpa, ela NÃO precisa do seu dedo apontado na cara dela. 

A CULPA NUNCA É DA VÍTIMA! E a mãe também é vítima quando seu filho sofre.

   Cobrem justiça, façam campanha contra os abusadores e não contra a mãe, se ela se separou, está namorando e precisou deixar essa criança com o namorado é porque o PAI também não estava lá, o pai também permitiu, não se fez presente, não apoiou, ela não teve na maioria das vezes outra pessoa ou ela confiava nesse homem porque ele sempre foi legal, até deixar de ser. 
   Não existe isso de rodízio de homens, as mães também tem DIREITO de refazer suas vidas. O pai apresenta uma mulher a cada 15 dias para a criança e a sociedade aplaude, mas se a mãe teve 2 namorados no ano, é massacrada. PAREM! 

Mais amor por favor!

A CULPA DO ESTUPRO/ABUSO É DO ESTUPRADOR/ABUSADOR!!!

Bianca Ramos 

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Mãe não pode!

Retirada da internet


SÓ NÃO PODE A MAMÃE!

"A MAMÃE não pode "tentar" suprir a ausência do pai na pequena confraternização em homenagem a uma figura que não é presente na vida do filho. Mas a mamãe deve se virar sozinha pra criar, educar, alimentar, proteger, vigiar e cuidar, na saúde e na doença. A mamãe deve fazer milagre com uma pensão que sequer paga o básico para o filho, quando ela não tem que mendigar para receber tais valores na justiça. A mamãe não pode figurar como pai numa apresentação na escolinha, mas diariamente tem que cumular o duplo papel e fazer o impossível pra nunca faltar nada em casa. Nas reuniões da escola é a mamãe quem vai, para apartar as brigas é a mamãe vai, na formatura é a mamãe quem vai, para levar nos lugares é a mamãe quem vai. Pra tudo, é a MAMÃE, mas para uma simples apresentação, ela NÃO PODE IR!" _ Rafael Gonçalves

OK, PAPAI QUERIDO, VAI LÁ! Mas antes, você pelo menos sabe em qual escola seu filho estuda?!

E MAMÃE, se o seu filho estuda em uma escolinha de merda dessas, tire-o já ! Pois esta é uma escola que não o respeita e nem a você.

E entrando em um detalhe mais polêmico: filho de lésbicas (barriga de aluguel, adoção ou inseminação) não pode participar ?

Tá bom, você é homofóbico e esse argumento só prejudicou tudo, então pense na criança cujo pai já morreu e vive com a avó, mãe, tia. Não tem tios e nem avô, ela também não pode participar?

A escola deve garantir o bem estar de TODAS as crianças e essa questão NUNCA pode ser ignorada: como participa a criança que não tem contato com o pai?

Deve-se sempre levar em conta que a família considerada tradicional, formada por pai, mãe e filhos, dificilmente é a realidade na casa de todos os alunos. São muitas as possibilidades de estrutura familiar: monoparental feminina (mãe solteira, separada ou viúva), crianças que moram em abrigos, com avós, são filhas de casais homossexuais etc. Se o professor fizer um levantamento sobre como é a vida de cada aluno, certamente perceberá que pode excluir ou constranger alguém ao propor uma grande homenagem - o que talvez seja motivo para repensá-la.
Pensar na maioria e realizar um grande evento sem possibilidade de ajustes é como não colocar uma rampa de acesso porque só há 3% de cadeirantes na escola.

Geralmente eu não sou a favor de mãe que se fantasia de homem para festa de dia dos pais e ao contrário, pois explicar a realidade de vida da criança e ajudá-la a enfrentar a situação a tornará mais forte e resiliente, mas lendo este bilhete eu consigo compreender essa necessidade perfeitamente, mas fico consternada em saber que um ambiente que deveria proporcionar conforto e segurança gere tanta tensão. Mais ainda em pensar que profissionais da educação se prestam a esse papel.

PS: Texto dedicado apenas aos pais ausentes. Para todos os bons pais, CURTAM O DIA DE VOCÊS, afinal, vocês sim, merecem.
Bianca Ramos

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Aproveite!!!


   Aproveite o amor de pertinho... Um dia, assim, do nada, ele vai parar de chamar pra dar o beijo e fechar a janela antes de dormir. Um dia assim... Do nada.
   Ele vai trancar a porta do banheiro pra tomar banho, vai estudar sozinho pra prova, vai receber a ligação de um amigo.
   Vai ligar o microondas e esquentar o próprio leite de manhã. Um dia, ele vai fazer um bolo pra você e a própria panqueca. E vai compreender, sem chorar ou reclamar, que não precisa de outra mochila pra começar o ano escolar. Ele vai parar de deixar todos os brinquedos espalhados pela casa... Porque não vai mais brincar tanto.
   Um dia, sem avisar, ele vai crescer. E você vai se orgulhar de quem ele é agora. Da semente que plantou. Vai olhar e ver que tudo que fez compensou, valeu a pena.
   Mas até lá, aproveite o cansaço de ninar o seu bebê todos os dias, aproveite a falta de espaço na cama com seu filho no meio, aproveite enquanto cabe todo mundo na cama. A falta de tempo e energia pra namorar.
   Aproveite a desobediência, aproveite o barulho, o cheiro, o andar tropeçando em brinquedos.
Aproveite o trabalho, a preocupação, a tarefinha da escola, o bilhetinho de dia das mães.
Aproveite o amor de pertinho, enquanto eles são crianças... Um dia você vai lembrar que ele não te chamou pra dar o beijo na hora de dormir, e vai lembrar que ele só gostava de dormir no colinho, ou na sua cama...
   Seu coração vai apertar e você vai chorar... Eu chorei... Mesmo adorando tudo que ele é agora, amando tudo que ele faz e a relação que temos hoje. Mas ele não cabe mais no colo, só no coração mesmo... <3 p="">
>> Texto: Paula Jacome - Imagem via Instagram: @dr.berna.hp

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Puerpério



Depois que ele nasce, ela fica ali. O útero vazio, o coração apertado, o peito cheio de leite. Todo mundo em cima do bebê, e ela ali, de resguardo. Resguardo? Até parece. O Puerpério é puro agito, emoção, sentimentos à flor da pele. O bebê está perto mas não está mais dentro, e isso não gera nenhum acalento. É uma delícia ver nascer, mas é um processo até entender.

Descarga de hormônios, sangramento por 40 dias, tem que dar de mamar, enfrentar desafios. Quando o bebê nasce acabam as regalias! - Você é mãe, ué. Todo mundo espera dela, enquanto ela se recupera.

E o bebê? Mamou? Dormiu? Tomou banho?

E todo mundo continua olhando para o bebê. Ninguém quer saber do banho dela, do conforto, do bem estar como faziam na gravidez. É tudo sobre o bebê. E ela ali à mercê, lidando com o que tinha dentro, fora. O coração que batia dentro, batendo do lado de fora, e com vida própria. Uma vida que todos dizem depender dela, mas quem é mesmo que olha por ela? A delicadeza é perceber que o bebê precisa de cuidados, claro. Mas é a mãe que precisa de muita atenção, depois de tanta emoção. E não só atenção, é mais, muito mais. É carinho, abraço apertado, um olhar com cuidado. Por isso que eu digo, mulher no puerpério precisa do seu abraço como abrigo. Não importa se você é o marido, a irmã, o irmão, a mãe, o pai, a sogra, o sogro, a vizinha, a amiga, ou o doutor. Todo mundo pode ser o abraço acolhedor. Acolha e lembre-se: O bebê está para ela, assim como ela está para você. Ela também acabou de nascer.”

.

📸 @eagoramae.br⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

Texto: @maeforadacaixa

sábado, 27 de outubro de 2018

Uma década de maternidade!



   Parabéns pra mim que nesta data há 10 anos estava entrando sozinha em uma sala de parto orando a Deus pra morrer durante o procedimento junto com o bebê (não julguem, ninguém sabe o que eu passei naquelas 42 semanas intermináveis).
   Parabéns pra mim que abri mão da minha juventude, perdi os amigos, adiei os sonhos e arquei com a consequência de amar, acreditar e me entregar demais sem retribuição.
Parabéns pra mim que enfrentei o preconceito, os dedos apontados e as fofocas de cabeça erguida, batendo no peito e chorando só no travesseiro.
   Mas feliz aniversário pra ele, que me ama incondicionalmente, que me defende com unhas e dentes, que agradece a Deus por eu existir porque sabe o quanto eu não gosto de viver.
   Feliz aniversário pra ele, que me atura com qualquer humor, que me incentiva, que me ajuda e que me faz ser uma pessoa melhor.
   Feliz aniversário pra ele, que me mostra todos os dias o quanto precisa de mim, mesmo que seja só pra torcer por ele, mas isso me faz permanecer.
   Feliz aniversário pro meu filho, que convive há 10 anos com essa mãe cheia de problemas e maluquinha, mas considera a melhor mãe do mundo e agradece a Deus!
   Dizem que eu o trouxe a vida, mas o que era a vida antes de ele estar nela??
Amo muito esse filho! ❤️😘

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

PAREM DE ROTULAR!


RÓTULOS FORAM FEITOS PARA COISAS E NÃO PARA PESSOAS.
   É comum nos dias de hoje as pessoas associarem comportamentos a algum diagnóstico psicológico, assim elas não precisam lidar com esse comportamento de forma real. Pois parece mais simples dizer que o filho de 5 anos tem hiperatividade do que se responsabilizar por não educá-lo de forma correta ou dizer que a criança de 8 anos que é emotiva demais tem transtorno emocional do que aceitar que ela seja realmente sensível e ter paciência com ela. 
   O que as pessoas precisam se concientizar é que NÃO é mais simples, transtorno/doenças mentais, emocionais , são algo extremamente sério, que requer cuidados psicológicos e às vezes psiquiátricos. NÃO são bacanas, NÃO devem ser banalizados. Diagnosticar uma criança (ou adulto) é algo que só cabe a um profissional e ele o fará com muito cuidado, pois definir que um comportamento é ou não algum tipo de distúrbio afeta a vida da pessoa diagnosticada para sempre. 
   Esses dias fui conversar com alguns responsáveis sobre o comportamento explosivo do meu filho, que está entrando na pré adolescência, e fiquei muito perturbada, pois esperava que todas dissessem algo sobre a normalidade do comportamento e de repente um conselho e outro sobre como lidar com isso, depoimentos sobre algo parecido que viveram e etc. mas, o que ouvi foi que ele precisa de um psicólogo, que deve ter algum distúrbio, que é transtorno de agressão, que ele deve estar apanhando na escola e PASMEM, disseram até que ele pode ter sido abusado. E tudo mudou de figura quando a conversa foi com especialistas, falei com pedagogas, psicólogas e até professores, esses me deram um discurso bem mais simples "mãe, é da idade, vai conversando e orientando sempre que ele estourar!", "ah, super natural, o corpo dele está mudando, os pensamentos também, a cobrança é maior na escola. Tenha paciência!", "mãezinha, ele é um ótimo aluno e amigo de todo mundo, deve apenas estar confuso com o crescimento. Vai passar!"...
   É importante estar sempre atento as crianças, mas sem fantasiar. Estar atendo é prestar atenção na realidade deles da forma como ela aparece, sem justificar seus erros, passar a mão na cabeça ou se escandalizar com comportamentos inesperados, sempre com carinho e paciência. Converse sempre com seu filho (a)! E se tiver dúvidas sobre como agir, não faça nada até que tenha certeza, converse com o pediatra, os avós, os tios, os professores, sua melhor amiga e se necessário, com o pedagogo e psicológo também. 
   Apenas NÃO invente doenças! Lembre que você já foi criança e ser diferente também é normal, o mundo já está cheio de pessoas "padãozinho", feitas na forma. Deixe a criança ser criativa, agitada, comunicativa e lúdica, não sendo mal educada, desrespeitosa e impertinente está tudo bem.
   
Bianca Ramos

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Mães são simplesmente pessoas


   Parece um tema ridículo ou óbvio, mas não é tanto assim, pois a partir do momento em que as pessoas sabem que há um bebê na barriga de uma mulher, elas passam a ter essa mulher como intocável, frágil e quase de outro planeta, as pessoas colocam na categoria mãe, mas  não de uma forma boa. É um tipo de mãe idealizado socialmente, uma mãe que sabe todas as coisas, resolve problemas, é amorosa, inabalável.
   É como se você deixasse de ser substancialmente quem você é e passasse a ser apenas mãe, sua identidade é anulada quase por completo e suas antigas ações são criticadas com "ah, mas agora você é mãe", seus aprendizados e conquistas não são elogiados e sim explicados com "ah, mas você é mãe" e seus erros são condenados com a frase "isso não é coisa de mãe".
   Geralmente há uma ideia de que mãe não pode ficar triste, principalmente na gravidez e se ficar dizem "não fique assim, o bebê sente tudo o que você sente!", como se isso fosse mudar o seu coração ou simplesmente trazer alegria, na verdade isso até chega a ser perturbador. Afinal, se a mãe está triste e não consegue se alegrar, pensar que seu bebê também está triste por ela não conseguir se alegrar a faz se sentir culpada e ainda mais triste.
    Quando a criança já entende as coisas e a mãe está triste, vem frases como "seu filho vai te ver assim e a cabecinha dele vai ficar confusa, pare com isso" ou "ah mas você tem um filho tão bonito, não há motivos pra ficar triste", bem, se a mãe está triste é porque tem motivos e se ela conseguisse não estar é lógico que não estaria, pois ninguém gosta de estar triste. Obviamente ela não está triste por ter um filho ou uma filha incrível, e sim, ela sabe que tem, mas há algumas coisas na rotina, no dia a dia, na vida que a faz sentir assim.
   Outra coisa que é muito constrangedor pras mães é quando elas estão em uma roda de pessoas e começam a falar sobre crianças direcionando todas as perguntas a ela "fulana sabe, ela é mãe" e se ela não souber "mas como você não sabe? Você não é mãe?". A vontade que da é de dizer ao indivíduo "sim, sou mãe do meu filho e não do resto das crianças, sei apenas sobre ele". Mas é ainda pior os comentários do tipo "Mas você vai conseguir sair agora que é mãe?", "mas vai deixar o seu filho pra sair?", olha, mãe também merece se divertir e se ela está saindo é porque tem quem fique com a criança, não é abandono e por favor não digam "essa daí só quer farra, nem liga pro filho" pois vocês não sabem do dia a dia dela, apenas a viram por 5 ou 6 horas em uma festa tentando se divertir um pouco, sendo mulher, sendo uma pessoa, sendo apenas ela. E se a mãe vai pra um local que pode criança e não a leva? Falta chamarem a polícia, "como assim você foi pra praia e não levou seu filho, que tipo de mãe é você?", "foi no museu e não levou seu filho?", "ah mas esse programa dava pra levar o filho, nem parece que é mãe". Nos poupe e se poupe! Sim, dava pra levar, sim podia levar, mas há momentos em que só queremos estar sem o filho, pois ir a um lugar com uma criança significa ficar sempre atento e não da pra relaxar ou também o filho pode apenas não querer ir , já ter outra programação, podem haver muitos motivos e isso não faz da mulher uma mãe melhor ou pior, mais ou menos amorosa.
   Sejamos mais compreensivos, mais tolerantes. Não tirem conclusões, não apontem o dedo, não façam comentários desagradáveis.
   Sim, somos mãe, mas somos pessoas e pessoas erram, acertam, conquistam, aprendem, tem opiniões e ações tão complexas, pessoas mudam , pessoas voltam atrás, pessoas gritam, pessoas choram, pessoas surtam, pessoas precisam de lazer, pessoas são tão diferentes. Não conseguiríamos ser todas encaixadas nessa categoria idealizada de mãe, somos únicas e isso é o que nos torna tão especiais.

Bianca Ramos

sábado, 21 de abril de 2018

Crianças criadas com conversa se desenvolvem melhor


    Muito se ouve falar de crianças manhosas, que gritam, não respeitam, tem dificuldade em obedecer ou até que debocham e discutem com seus pais. Sempre que falam disso vem a famosa frase "no meu tempo não era assim" ou "minha mãe bastava olhar e eu baixava a cabeça e obedecia", quando não é pior "se fosse com minha mãe perderia os dentes".
   Pra começar, seu tempo é hoje, pois você não morreu,e em segundo lugar: Você baixava a cabeça quando sua mãe olhava por medo ou respeito? Acha que calar-se para "não perder os dentes" te fez uma pessoa que sabe expressar suas necessidades ou uma pessoa que tem medo de falar o que pensa?
   As crianças não devem desrespeitar ninguém e nem fazer escândalos, ok, correto. Mas elas também não devem ser desrespeitadas, elas precisam ser ouvidas verdadeiramente, precisam se sentir seguras para se expressar e compreender o que acontece ao seu redor.
   Por detrás dessas crianças, tão severamente criticadas, há de certo um adulto que não consegue se manter firme e instruí-la de forma sadia. Mães que não pedem algo, que gritam e exigem coisas, pais omissos ou submissos a fazer a vontade delas para não ter que lidar com seu choro (porque não ganhar o que quer dói, frustra. E como expressar isso? chorando!) e pessoas que passam a mão em suas cabeças com a velha desculpa "mas ela é pequena".
   Mães, olhem para seus filhos com carinho, antes de agir respire. Vá até ele quando estiver pronta a verdadeiramente ouvir e explicar o que é necessário naquele momento, não o obrigue a ir em lugares ou fazer coisas, converse com ele para que entenda a importância de ir a esses lugares e fazer essas coisas, mas combine também. Tente se colocar no lugar dele e encontrar juntos uma solução, você não precisa sempre saber, pode perguntar. E principalmente, antes de brigar por algo inadequado que disseram que ele fez ou que você o viu fazer, pergunte a ele o motivo de ter feito, pergunte se ele concorda com aquela atitude e explique como ele poderia fazer diferente.
   Crianças que tem uma base emocional mais organizada, compreensão em casa, conversa e muito carinho, tem mais facilidade em se comunicar, mais empatia e até mesmo um melhor desempenho escolar. Pois elas se sentem seguras, sabem que há uma mão estendida pra elas se fracassarem e não um dedo apontando. 
   É muito mais fácil criar um filho com diálogo e ser um apoio pra ele, que ser seu rival e transformar o lar em um ringue. Se você souber se comunicar bem com seu filho, ele será um apoio pra você, um ajudante, um amigo e tornará seus dias melhores. Mas se você quiser submeter seu filho a uma autoridade forçada, obediência sega e respeito por medo, terá sempre brigas e aborrecimentos em casa, o mesmo se você for omisso ou o deixar "a deus dará". 
  Bem, nunca é tarde pra mudar. Se sua relação com o pequeno não é boa, sente com ele, peça perdão e tentem encontrar uma maneira de recomeçar e melhorar juntos.

Bianca Ramos.
   

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Comportamento padrão!

  
Só mais uma partida!
   Assim que a criança está em nosso ventre imaginamos mil maneiras de como vamos agir com ela, como vamos cuidar de sua alimentação, como ensinaremos os primeiros passos, como serão nossas conversas e como lidaremos com aquela birra inesperada. Mas assim que a criança nasce, nosso mundo vira de ponta cabeça e tudo que achávamos que sabíamos vira um grande borrão de "não estava nos livros que li ou palestras que assisti", isso porque cada ser humano é único e corresponde de uma forma diferente aos mesmos estímulos. 
   Quem tem mais de um filho não cansa de afirmar, "eduquei igualzinho", e sim, pode ter feito tudo igual e "deu super certo" com o primeiro, mas o segundo é mais "rebelde". O que acontece é que seu "erro" foi justamente fazer tudo igual com os dois, já que a personalidade deles e temperamento são diferentes. 
   Seu filho não guarda os brinquedos quando você manda? Que tal ao invés de castigar, gritar e por fim guardar pra ele, você perder um pouco mais de tempo conversando, explicando ou até jogando, algo como "quem guardar primeiro vence!" ou "Duvido você conseguir colocar tudo no lugar antes de eu terminar o almoço!". O que não pode faltar é criatividade!
   Deixe de lado as coisas mínimas, aqueles detalhes que pra você as vezes é tão importante pode ser exatamente o martírio da criança. Por exemplo, você pode achar que tomar banho, jantar e brincar é excelente nessa ordem, mas seu filho insiste em brincar primeiro e ceder nisso pode até melhorar seu apetite. Ou coisas ainda mais simples como ter um copo só pra água e a criança chorar porque quer tomar suco nele, deixe que tome, é apenas um copo e as vezes é só um desejo como aquele que você tem de comer seu doce preferido antes do almoço.
   Se a resposta da criança a sua forma de educar não for a esperada é porque você deve mudar a forma e não a criança se encaixar nela, afinal, não dá pra colocar um quadrado em uma caixa com formato de coração de igual tamanho. As crianças também tem opinião e precisam ser respeitadas, isso é importante na sua formação, pois se você sempre abafar a opinião dela, fazendo com que acate a sua, mais tarde ela vai sempre ser subordinado e nunca chefe, pois vai achar que há outras opiniões melhores e mais importantes que as dela. 
   Não é legal forçar a criança e tentar moldar seu comportamento e atitudes para que caiba no padrão que você planejou, isso vai deixa-la frustrada, magoada e pode gerar comportamento agressivo ou insegurança. Pode ser até que a criança fique infeliz tentando te agradar. Perceba os sinais! Ouça, converse e tente uma solução boa para todos ou a melhor pra criança.
   Algumas crianças precisam de muitas regras e lidam bem com isso, outras tem mais espontaneidade e apenas informar o certo ou errado é o suficiente. O mais importante é amor e paciência para encontrar a melhor forma de ensinar a respeitar as regras, limites e os outros e construir um cidadão de bem.
   Não é fácil, exige tempo e sensibilidade, mas é possível com muita atenção e carinho. E tenha em mente que se o que a criança quer não vai se machucar, quebrar nada ou desrespeitar ninguém, pode ser considerado. Não é aceitável considerar o que oferece riscos, como ela não querer tomar remédio ou colocar o cinto de segurança, mas chupar uma bala antes do almoço um dia ou outro não vai mata-la.

Bianca Ramos.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Se é cego, não é amor!



   Não, seu filho não pode tudo e não é uma gracinha quando dá aquela resposta mal humorada ou zomba de você quando recebe uma ordem. Não, seu filho não é bonitinho quando desobedece só porque ele da aquela risada gostosa de ouvir e definitivamente, seu filho não é fofo quando ultrapassa os limites de convivência social.
   Amar é, simploriamente, cuidar, educar e proteger!
   E com essas três coisinhas, devemos entender por garantir que a criança tenha alimentação adequada, durma o suficiente e em horário regular, brinque de acordo com sua faixa etária, se desenvolva com saúde e nos responsabilizar em fazer todo o possível para que se torne um cidadão de bem.
   Mas o que é ser um cidadão de bem? Ser um cidadão de bem é ter ética, respeitar as leis, entender e seguir as regras, é compreender que o seu direito termina quando começa o do outro e procurar ao máximo tratar todas as pessoas com empatia.
   "Nossa, mas é claro que estou dando meu máximo pra isso!"
   Será mesmo?
   Pois, para a criança se tornar esse cidadão de bem, é necessário que os limites sejam colocados desde os seus 2 anos de vida, quando ao invés de ceder a pirraça no supermercado e deixar que ela abra o pacote de biscoito, você diz que deve esperar o pagamento ser efetuado.
   Parece simples, mas tudo pode começar com não permitir que aquele brigadeiro seja "roubado" da mesa de doces em uma festa antes do parabéns. Em não permitir que o tom de voz da criança atrapalhe as pessoas no transporte ou que ela coma de qualquer maneira no restaurante, corra pelo banco enquanto você espera na fila ou que não corresponda o "bom dia" do Gari.
   Fingir que não viu algo errado que a criança fez ou afirmar que "criança é assim mesmo!" é a pior coisa que pode fazer pelo seu filho(a). Isso não o ajuda a superar os obstáculos da vida ou a lidar com as adversidades, isso só cria nele a coragem de burlar as regras e agir confirme sua vontade para obter o que quer. Falta de educação não é coisa de criança, é irresponsabilidade dos pais!
   Aliás, tudo começa com exemplos, pagar a passagem da criança no transporte a partir dos 6 anos, mesmo que ela seja pequena e ainda "dê pra passar" é um belo exemplo de ética. Se está faltando o dinheiro, que tal pedir permissão ao motorista com jeitinho ao invés de já rodar a catraca?
   Por fim, o que quero deixar como pensamento aqui é que amar um filho(a) não é só dar carinho, beijos, abraços e presentes. Amar também não é só estar presente. Amar é construir um cidadão para o mundo e em uma construção a base é o mais importante, não adianta ser lindo, se não for de qualidade e tiver estrutura firme.
   Logo, não adianta reclamar da corrupção no país, da sujeira, da má qualidade no ensino ou saúde, se na sua casa também está faltando educação. As crianças são o futuro, então, vamos formar filhos melhores pro nosso país melhorar!

Bianca Ramos

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Ser mãe solteira é ser mãe com liberdade!




   As pessoas julgam a mãe solo como coitadinha ou algo ruim porque não entendem como é bom você não precisar perguntar a opinião de ninguém pra fazer algo relacionado ao seu filho. Elas só vêem o lado de quão cansativo é não ter com quem dividir os cuidados da criança, esquecendo que muitas mães casadas também não tem com quem dividir.
   Ao menos a mãe solo sabe disso e não cria expectativas em cima do outro , gerando mais frustrações que o necessário. A mãe casada além de fazer tudo sozinha em relação aos cuidados da criança, na maioria, ainda precisa da "permissão" do marido pra resolver qualquer assunto, por menor que seja, desde deixar passear com os colegas até deixar dormir de luz acesa ou não. 
   Nessas questões, a mãe solo não tem aborrecimentos, ela toma a responsabilidade com ônus e bônus e dita as regras que achar necessárias. Dá o doce antes do almoço sem ouvir desaforos, faz arroz com ovo no domingo pra dormir um pouco mais sem piadinhas sobre alimentação, passa o dia passeando com o pequeno e lancha pastel na feira se quiser sem ter que ligar pra dar satisfação de onde está ou a que horas volta. 
   Ser mãe solo é exercer a maternidade com liberdade, criar e educar do seu jeito, sem intervenções, palpites ou reclamações. É assumir 100% uma outra pessoa! 
   Nessa questão, "coitadinha" é a mãe casada que não recebe ajuda pra trocar uma fraldinha e ouve ladainha todo dia, e se o filho está lindo elogiam o pai, mas se está fazendo bobagens é porque a mãe não deu educação.

Bianca Ramos

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Feio não é ser mãe solteira. Feio é ser pai quando convém!




TEXTO RETIRADO DE http://vilamamifera.com/cafemae/feio-nao-e-ser-mae-solteira-feio-e-ser-pai-quando-convem/


Outro dia conversava com uma amiga sobre como é difícil criar um filho que vê o pai raramente. Não porque o relacionamento não tenha dado certo ou algum ressentimento possa atrapalhar, mas porque por mais que a porta esteja aberta para a criança conviver com o pai, ele não entra por ela.

Vamos lá: quem nunca ouviu que a mãe do filho de fulano só dá problema? Ele vê o filho quando quer, dá o dinheiro achando que está ajudando (colega, não é nada além da sua obrigação) e reclama horrores do quanto a mãe da criança só dá problema, cobra presença e aquele papo todo de obrigações que os homens tem pavor, mesmo que seja por alguns minutos.

O que muitas pessoas não entendem e não filtram antes de soltar um “ah, mas é só pra te perturbar, não é?”, é que a perturbação começa quando a mulher precisa de uma folga. Folga do tempo em que ela cuida do filho de ambos, integralmente.

Que mãe solteira nunca ouviu que precisa dar uma folga para o pai do seu filho? Porque ele trabalha demais, está cansado demais ou está com algo de menos. Engraçado, né? Há homens que podem ter a mesma profissão, menos ou mais tempo e se dedicam à família do mesmo jeito. Enquanto alguém lida com um pai que tem tempo para tudo, menos para os filhos, sempre vai ter plateia para aplaudir o pai que aparece quando dá. Mas sempre será assim: se você trabalha fora, é a egoísta que não abre mão das próprias coisas pelo filho. Se você não trabalha, é interesseira que só espera a pensão. Ou seja, estaremos quase sempre erradas, e os homens – mesmo que estejam a quilômetros dos filhos – estarão fazendo o melhor se pelo menos cumprem a obrigação financeira com o filho.





segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Alienação parental e suas falhas terríveis!

   


    A lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010, diz que “A alienação parental acontece quando o pai ou a mãe de uma criança faz com que esta repudie, rejeite ou sinta ódio do outro cônjuge. Neste caso, um dos pais é responsável em “treinar” a criança a romper os laços afetivos com o outro genitor, desenvolvendo fortes sentimentos de ansiedade e medo em relação ao outro cônjuge”.
 
    Mas como ter a certeza que a alienação é causada pelo outro e não que o próprio pai (ou mãe) é causador da alienação de si para com a criança? Como o menor pode ser protegido? Como a lei vai salvaguardar aquele que detém a guarda do menor quando acusado de alienar? Não entendeu minha preocupação? Ok, vou explicar!

    Na maioria dos rompimentos, o pai (sim, vou usar o pai por ser o mais comum e porque estamos em um blog feminino de apoio a mães solo, não mantendo como exclusivo para eles, pois algumas mães também agem assim) ao afastar-se da mãe, afasta-se também da criança. Após definido valor de pensão, o sujeito acha que esta é a única coisa que ele precisa dar e quando também é definida visita, ele acha que este é o único dia em que precisa ver a criança.
 
    Ou seja, passam 14 dias em que a criança não tem notícias do pai, quando não passa muito mais, todo e qualquer gasto que ultrapasse o valor da pensão estipulada por um sujeito (chamado juiz) que nunca viu essa criança e não sabe de sua real necessidade, e sempre existe, deve ser suprido pela mãe.

    Choros, gripes, ansiedades, acessos de fúria e qualquer transtorno dentro de 14 dias são responsabilidade exclusiva da mãe, ela também fica com a parte de dever de casa e educação, além da responsabilidade perante escola e cursos.

    Essa mãe fica sobrecarregada e reclama, a criança está ali e não é um ser ignorante ao sentimento e vivência de sua mãe, não é um ser alheio a rumores da sociedade, não é um ser indiferente à ausência deste pai. É um ser pensante e de opinião (a partir dos 3 anos).

    É fácil conhecer um homem que se diz paizão, que conta aquelas "lindas" histórias tristes sobre como "ama o filho mais que a si e só não o vê porquê a mamãe não deixa", que tem fotos sorrindo e passeios caros com a criança em algumas as datas comemorativas ou fotos da crianças sorrindo com aquele presentão na mão uma vez por ano.

    Mas e nos outros dias do ano? Já pararam pra pensar que esse paizão é no mínimo incoerente em suas histórias fantásticas? Ou que ele não tem mesmo muitas histórias pra contar, além dos velhos lamentos? Que toda vez que fala sobre o "amado filho(a)" as desculpas de sua ausência giram em torno da "mãe maluca" ?

    Você pode não ter parado pra pensar nisso, o Juiz não vê isso e ao menos que a mãe prove, são só fatos sem validade.Mas a criança vê, ela vive isso e se expressa de forma diferente com o pai, essa criança fica brava, essa criança perdeu sua família e acha que seu pai não se esforça o suficiente para suprir suas necessidades, o que na maioria das vezes é verdade, essa criança sofre.

    Mas o pai, diferente desta criança, não é um ser pensante, pois está magoado e ferido, está frustrado e “tentando reconstruir a vida”, o pai só vê a mãe com amargura e não o ser por trás dela ou que ela também está magoada, cansada e ferida. Logo, o pai quer vingança e faz uso dessa lei para punir a mãe, tomar a criança (prejudicando ainda mais seu emocional) e satisfazer seu próprio EGO, alegando que a “malvada mamãe que está colocando coisas na cabecinha de seu filho, para que ele fique bravo com o papai e tome partido dela”.

    Sim, é desta forma que vejo essa lei. Como uma ameaça constante de covardes para com mulheres fortes que estão lutando com o mundo para dar uma vida digna a seus filhos e educá-los com sabedoria.

    O filho passa a ser criticado porque não ama o paizão, a "mãe maluca" julgada por não o ensinar a amar, porque ser pai de Facebook é muito mais bonito e válido do que realmente estar lá. Ser pai de Facebook é receber apoio e solidariedade, mas ser a mãe de verdade é ser julgada sem provas ou direito a defesa.¹

    Vejo homens que fogem de suas responsabilidades, que somem por meses e quando retornam não tem admiração dos seus filhos e então querem usar a lei para não se responsabilizar por seus erros.

    Todo dia vejo homens que “curtem vida de farra” sem lembrar que são pais, mas querem ouvir “eu te amo” no natal da boca de crianças inocentes que não ouviram “como foi seu dia?” o ano todo. E então, ficam furiosos por não conseguir e usam a lei para impor que a mãe deve, aí então uso a palavra alienar, seus filhos a amarem um parente ausente por seus laços de sangue.

POR FAVOR, DEIXEM AS CRIANÇAS EM PAZ!
FAÇAM LEIS QUE AS BENEFICIEM OU OLHEM CADA CASO DE FORMA ÚNICA.
NÃO ENQUADREM ARTIGOS DA LEGISLAÇÃO A VIVÊNCIAS QUE NÃO CONHECEM!
RESPEITEM OS SENTIMENTOS DAS CRIANÇAS!

    O pior de tudo, é que esses pais ganham o direito de ver “seus filhos”, sim, pior pois eles passam um fim de semana mágico ou dois, criam expectativas e sonhos, fazem promessas que talvez eles mesmo achem que vão cumprir, mas depois somem novamente.

NÃO É A MAMÃE QUE FORMULA INSEGURANÇAS OU MEDO, É SUA AUSÊNCIA QUE FAZ ISSO PAPAI! É SUA INCONSTÂNCIA, SÃO SUAS PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS E SEUS APARECIMENTOS REPENTINOS E DESAPARECIMENTOS ESPERADOS.

    Mais 4 meses sem notícias? Um ano? 3 anos? COMO FICA A CABECINHA DESSA CRIANÇA? E quem está sempre lá para juntar os cacos do pequeno coração partido? Sim, a mamãe. A mulher “maluca” que não obriga seu filho a amar alguém que ele não conhece. A “louca” que prefere ficar sem telefone do que atender mais uma ligação em um dia aleatório do ano de um sujeito que vai machucar o seu filho mais uma vez e com apoio total da lei.

Por Bianca Ramos

PS: Se você é um cara (ou tem um cara) que acompanha a criação do seu filho, nem precisa ficar respondendo ou sendo ignorante, pois esse post não é pra você ou sobre você. Esse post é exclusivamente sobre pais ausentes.


¹ Trecho/parágrafo retirado do Texto " Pai de Facebook" _ Autor desconhecido

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

SOU MÃE e não pai!


   Muitas mães solo gostam , merecidamente, do título de "PÃE" (mãe que também é pai), mas nunca me senti confortável com isso, apesar do meu filho muitas vezes me dizer que sou seu "querido papai", eu não sou!
   Agora, antes que entremos na questão de "pai é quem cria", o que concordo,  vamos aos fundamentos básicos da palavra pai:
                                           substantivo masculino
           1.homem que gerou um ou mais filhos; genitor, progenitor.
           2.homem em relação aos seus filhos, naturais ou adotivos.

E se você agora está aborrecido, não fique, continue lendo e entenda melhor o que estou explicando.
 
   Psicologicamente falando, de forma bem, bem bemmmm resumida e simples, o pai no desenvolvimento da criança estipula os limites e firma seu caráter, logo, se você for uma mãe que sabe dizer não, está cumprindo esta função e seu filho não terá nenhuma disfunção psicológica por falta do pai.
   Mas, antes fosse somente isso, sabemos que não é bem assim, sabemos que emocionalmente o pai ocupa um lugar pros nossos filhos que não pode ser preenchido por nós, pode ser preenchido por outro homem que conviva participativamente com ele ou maritalmente com a mãe, mas se não for um homem, este sempre será um lugar vazio.
   E por que isso? Porque ele sempre vai ver outros pais com seus filhos e sempre serão figuras maculinas, então ele vai desejar isso. Sempre haverá um pai no imaginário da criança, mesmo que ela não diga! Então, o melhor é mostrar a criança que esse pai existe, presente ou não, morto ou in vitro e até mesmo se ele for um cara que a mamãe só viu uma vez. Conte pra criança quem é o pai dela, não deixe que ela seja consumida ocultamente por esse sofrimento, pois as vezes quando a criança não pergunta é porque acha que não vai ter as respostas.
   Logo, não é uma questão das mães fazerem ou não tudo o que um pai é capaz de fazer, somos ótimas em acumular funções, só que mesmo fazendo de tudo e sendo tudo, exaustivamente, mesmo exercendo a função de pai, será impossível ser o pai. Somos mães incríveis e isso já é lindo!
   Nesse dia dos pais, não quero que me reconheçam como "Pãe", quero que me reconheçam como a MÃE FODA que sou.

Bianca Ramos

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Mãe Solteira é tudo burra! - Desabafo




   Sim, foi exatamente esta frase que ouvi de uma professora da faculdade uma vez. É claro que, o contexto estava-se discutindo sobre inteligência emocional e foi levantada a pauta sobre mães solteiras que deviam casar novamente com homens melhores, que cuidassem delas e de seus rebentos.
   Lá do meio veio uma piadinha saída da minha boca, alto suficiente pra professora ouvir “Se nem os próprios pais querem cuidar de seus filhos, arranjar um marido que queira cuidar do filho que não é dele seria quase um milagre!” e ela disparou “Isso porque você é burra! Mãe solteira, não possui inteligência emocional pra escolher, são todas burras!”.
   Nossa, como doeu! Foi um golpe no meio do meu estômago e atingiu meu coração, mas ela não parou por aí, não mesmo, ela continuou “... é muito fácil se apaixonar por um homem e abrir as pernas pra ele, mas pensar se ele vai ser um bom pai é complicado, tem que ser muito inteligente.” aos poucos minha visão foi embaçando e eu sabia que iria começar a chorar bem ali, no meio da sala de aula com todos os olhares em cima de mim e a satisfação no rosto dela por não ser questionada por um único aluno em suas afirmações preconceituosas e tão ferozmente proferidas, não ser questionada porque a maioria estava de acordo com esse pensamento. A maioria que silenciosamente julga com um sorriso no rosto e um tapinha nas costas. 
   Todos ali sabiam que eu era/sou mãe solteira/solo e talvez todos achassem que eu fosse defender a mim mesma ou a minha posição materna, mas não foi o que fiz, ao invés disso, saí da sala correndo e fui buscar meu filho na escola chorando por todo o caminho. No mesmo dia mais tarde, esse era o assunto em um grupo da turma e todos pareciam confortáveis em me defender fora do olhar da professora, eu ainda não.
   Demorei semanas pra parar de chorar por aquilo toda vez que lembrava, as palavras que tanto me humilharam vindas de alguém que eu até então admirava estavam me matando e não conseguia nem olhar pra ela, faltei algumas de suas aulas depois e não fui bem na prova, minha primeira nota baixa do curso até aquele momento, o que me humilhava mais, pois era uma forma de confirmar pra ela o quanto eu era mesmo burra.
   Precisaria me esforçar muito pra passar na matéria dela e obtive ajuda de um colega que não a conhecia pra estudar, ele percebendo que eu não tinha muitas dificuldades com a matéria me perguntou o motivo da nota baixa e eu desabafei, criei bloqueio pelos dizeres da professora, dei importância demais porque muitas vezes me sentia exatamente assim, burra!
   É bom mencionar que tenho em alta estima este colega e o considero muito inteligente, por seu enorme sucesso com tão pouca idade e por seus inúmeros diplomas, ele então me explicou o seguinte, obviamente não com essas palavras: Todo dizer é um discurso e precisa ser analisado pelo seu contexto pleno, ou seja, quem o diz, para quem o diz, como diz, porque o diz e o que quer dizer com ele. Mas também se deve analisar aquele que profere o discurso, ou seja, quem está falando, sua história de vida como é apresentada por ela e como é vista por todos.
   Bem, depois de muito conversar, explicar e mostrar, percebi que eu realmente seria burra se acreditasse na professora, se parasse meus sonhos por causa dela e se me deixasse derrotar. Ergui a cabeça e passei com nota altíssima na matéria dela, mas o mais importante é que passei de cabeça erguida e continuarei em frente, não deixarei ninguém me derrubar.
   Provavelmente essa mulher, cheia de diplomas e cargos, não saiba nunca o mal que me fez e que pode ter feito a muitas pessoas com apenas algumas palavras, e assim como ela, há várias pessoas que ferem os outros sem perceber. O mais importante é : Como você vai lidar com os espinhos que pisa enquanto caminha?

Bianca Ramos